O tatu cava um buraco

sábado, 1 de outubro de 2011 1 comentários
Sérgio Caparelli – Nasceu em Uberlândia, MG, em 1947. é jornalista, professor doutor em Ciências da Comunicação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Autor de livros infantis e infanto-juvenis de poesia e prosa. Prêmio Jabuti, 1982/1983, de literatura infantil, pelo livro Vovô fugiu de casa; e Prêmio Jabuti de Ciências Humanas por Televisão e capitalismo no Brasil. Prêmio da associação Paulista de Críticos de poesia e literatura infantil e juvenil, pela autoria de Boi da cara preta; e na mesma categoria, em 1989, pelo livro Tigres no quintal. Autor, entre outros, de A jibóia Gabriela, Restos de arco-íris, Come-vento, Ciberpoemas e uma fábula virtual.



O tatu cava um buracoO tatu cava um buraco
a procura de uma lebre,
quando sai pra se coçar,
já está em Porto Alegre.

O tatu cava um buraco,
e fura a terra com gana,
quando sai pra respirar
já está em Copacabana.

O tatu cava um buraco
e retira a terra aos montes,
quando sai pra beber água
já está em Belo Horizonte.

O tatu cava um buraco,
dia e noite, noite e dia,
quando sai pra descansar,
já está lá na Bahia.

O tatu cava um buraco,
tira terra, muita terra,
quando sai por falta de ar,
já está na Inglaterra.

O tatu cava um buraco
e some dentro do chão,
quando sai pra respirar,
já está lá no Japão.

O tatu cava um buraco
com as garras muito fortes,
quando quer se refrescar
já está no Pólo Norte.

O tatu cava um buraco
um buraco muito fundo,
quando sai pra descansar
já está no fim do mundo.

O tatu cava um buraco
perde o fôlego, geme, sua,
quando quer voltar atrás,
leva um susto, está na Lua.

1 comentários :

Postar um comentário