Lenda das Árvores

domingo, 16 de dezembro de 2012 0 comentários

arvores

Havia um bosque, em determinada região da Ásia, onde viviam felizes diversas árvores. Lá a paz e a felicidade reinavam. Até que certo dia chegou na floresta um grupo de lenhadores. Eles comentaram que necessitavam de três árvores especiais para atenderem a um último pedido que lhes havia chegado há dois dias. Os lenhadores analisaram as árvores do bosque, escolhendo, por fim, as três árvores que seriam cortadas no dia seguinte. Após a decisão, os lenhadores foram embora, enquanto as três jovens árvores choravam amargamente o triste fim que o destino lhes reservara.

Alguns minutos após, resignaram-se, pois eram árvores que tinham fé em Deus. E se o Pai assim desejava, assim seria. Consoladas pelas outras irmãs, as três resolveram fazer um pedido a Deus em suas derradeiras orações. A primeira pediu ao Pai que de sua madeira fosse confeccionado o trono para o maior rei do mundo. A segunda pediu a Deus, que de sua madeira fosse elaborada uma grande embarcação que iria conduzir o maior dos reis e suas grandes riquezas e, por fim, a terceira árvore pediu ao Criador que de sua madeira fosse construída uma grande torre que ligasse o homem a Deus.

Após realizados os pedidos, desceu do céu um anjo, enviado por Deus, que disse às três árvores: “Vossos pedidos serão atendidos, tenham fé em Deus e aguardem!”. Todos na floresta festejaram, agradecendo a assistência Divina. E no dia seguinte os lenhadores foram à floresta e consumaram o plano do dia anterior. As três árvores tombaram serenas, confiantes na promessa Divina.

O tempo passou e a primeira árvore foi transformada em cocho para a alimentação de porcos. A segunda, foi transformada em um pobre barco de pesca e a terceira, nada fizeram dela, apenas jogaram seus pedaços em uma penitenciária, para lá ser utilizada em qualquer eventualidade.

A notícia logo chegou ao bosque, onde as demais árvores se indignaram com a falsa promessa do anjo. Todas perderam a fé em Deus. Somente as três pobres árvores, que não entendiam o que estava acontecendo, mantiveram-se firmes na fé.

O tempo continuou a passar, até que um dia o cocho de alimentar porcos, que era a primeira árvore, foi comprado pelo dono de uma estalagem em Belém. Alguns meses após, José e Maria tiveram que repousar na estrebaria dessa estalagem, devido à falta de quartos. Naquela noite nasceu o Rei dos reis e o seu primeiro trono foi o cocho de alimentar porcos da estrebaria. Jesus repousou toda a noite na manjedoura que virou um símbolo mundial do nascimento de Cristo. A primeira árvore, percebendo que estava sendo o primeiro trono do maior rei do mundo, rejubilou-se e agradeceu a Deus por ter-lhe atendido o pedido.

Alguns anos mais se passaram, e a segunda árvore, que foi transformada em um barco de pesca, foi comprada por Simão Pedro Barjonas, um pescador de Cafarnaum. Algum tempo depois estava ele, o Grande rei, passeando e pregando sobre aquela embarcação. Jesus carregava consigo o seu grande tesouro: seus ensinamentos! A segunda árvore, também percebendo que seu pedido tinha sido atendido, agradeceu a Deus. Ela que queria ser uma grande embarcação, para transportar um grandioso rei e suas riquezas, havia concretizado seu sonho.

Mais alguns anos depois, a terceira árvore foi retirada da carceragem por dois soldados romanos. Apreensiva, ela aguardou o desenrolar dos fatos, acreditando que sua oração seria atendida. Logo, seus pedaços foram unidos, apressadamente, em forma de cruz. Nela colocaram o melhor homem do mundo, pregando-lhe as mãos e os pés em sua madeira. Reconhecendo o filho de Deus, que os homens não souberam reconhecer, a terceira árvore, em prantos, disse: “Porque, meu Deus? Peço-te para ser uma torre que ligue o homem a Deus, e Tu me tornas o instrumento para a morte do Teu Amado Filho! Por que fizeste isto comigo?”. As lágrimas da terceira árvore corriam pelos ombros do Nazareno, que estava agonizando no alto da cruz, quando uma voz falou-lhe: “Minha filha, neste momento estás sendo motivo de sofrimento para Meu Amado Filho, mas no futuro tu serás, junto com ele, o grandioso símbolo que ligará todos os meus filhos a mim. O símbolo do Cristo crucificado será o maior elo de ligação entre os homens”.

Compreendendo, por fim, que também seu pedido havia sido realizado, a terceira árvore converteu suas lágrimas de dor, na mais pura oferta de alegria a Deus, por tornar-se a grande torre que ligaria, por séculos, os homens a Deus.

Extraído do livro a História de um Anjo de Roger B. Paranhos
Muita paz e luz!

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